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Salmo 23 | Creuza

15 de Fevereiro de 2022

Creuza Maria Rebouças Sousa

creuzasousa@gmail.com

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 Salmo 23:1

 “O Senhor é o meu pastor; nada me faltará.”
 
 Quando Davi, escreveu dizendo que o Senhor era o seu pastor, há cerca de 3.000 anos atrás, ele estava em um oásis, à noite, cercado por tropas de um rei inimigo; daí, Davi demonstrava tamanha confiança em Deus. Davi sabia que nem o seu poder, nem as suas riquezas e muito menos suas próprias forças, poderiam suprir suas necessidades.
 
 Essa era a confiança do Rei Davi, de que com Deus, de nada ele sentiria falta. Isso não significa ter tudo o que se quer, mas ter tudo de que necessita, o que é muito mais, do que ter tudo do mundo. Davi era um homem rico e poderoso, mas diante do Senhor, ele não se enxergava como o rei mais importante da história de Israel. Pelo contrário. Ele se enxergava como uma frágil ovelha, que dependia do cuidado constate de seu pastor - Deus, para sobreviver.
 
 Deus nos compara com uma ovelha.
 
 As ovelhas são animais indefesas, não possuem garras, dentes afiados ou venenos. Provavelmente, por isso, elas têm medo de praticamente, qualquer coisa, até mesmo, do seu reflexo nas águas. Até o barulho das correntezas, as podem assustar. Por isso, depois de uma estafante travessia pelo deserto, para não as assustar, ao ponto de impedi-las de saciarem a sua sede, o pastor deve conduzi-las as águas de descanso, ou seja, as águas tranquilas.
 
 As ovelhas, se assustadas e com medo, mesmo diante de uma nascente, podem morrer de sede. Isso é semelhante ao comportamento humano.
 
 Quantas pessoas diante de Deus, perdem a oportunidade de terem amor, carinho, vitória na vida apenas porque tem medo, são inseguras. Tem medo de amar, medo de se arriscar, medo de servir a Deus. São como ovelhas sedentas, porem medrosas, infelizes por tanto quererem ser felizes, mas não sabendo como encontrar a felicidade, como matar a sua sede em Deus.
 
 Os beduínos dizem que as vezes, tem que pegar a água com a mão, e levar a boca das ovelhas, para que elas não morram de sede. Isso aumenta mais ainda o sentido de pastor aplicado a Deus. Ele nos leva a águas tranquilas e refrigera a nossa alma, mesmo em nossas dificuldades de vida, mesmo em meio aos nossos temores e fraquezas.
 
 O pastor, a sua função, no dia a dia, é vigiar as ovelhas e cuidar para que elas não passem necessidades. Mesmo com o sol escaldante castigando lhes a pele, ele sabe, que essa será a sua rotina no dia seguinte. Mas o pastor não se importa, ele gosta do que faz e ama o seu rebanho.
 
 Cristo declarou na Bíblia em João 10:11 - “Eu sou o bom pastor, o bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas.” Nisso vemos a comparação do amor de Cristo pela humanidade, como o amor do pastor pelas ovelhas.

Quando o pastor leva as ovelhas para o curral, ele procura sair antes do escaldante sol do dia, e também do frio gelado da noite. Davi sabendo disso, escreveu: “guia-me pelas veredas da justiça por amor do Seu Nome!”. Isso quer dizer, que Cristo nos leva por caminhos retos e não tortuosos, que com Ele, estamos seguros, de estarmos voltando para o lar.
 
O bom pastor oferece conforto e segurança, mas isso não garante uma paisagem constantemente bonita, há a possibilidade de andar pelo vale da sombra da morte. Quando os pastores precisavam passar por lugares perigosos com suas ovelhas, e sabendo que elas eram medrosas, os pastores cantavam ou tocavam. As ovelhas ao ouvir o som de suas vozes, se acalmavam. Isso confirma no que diz em João 10:27. “As minhas ovelhas ouvem a minha voz e Me seguem.”

O pastor possuía um cajado que tinha três funções. Daí a expressão no Salmo 23: “A tua vara e o teu cajado me consolam”.
 
 Se alguma ovelha caísse em algum buraco de difícil acesso, o pastor usava o cajado, que tinha a forma de um gancho em uma das pontas. Então, o pastor, pescava a sua ovelha, quando ela estava fora do alcance do seu braço.
 
 Nesse mesmo ponto do gancho, também havia um encaixe embutido, que a fazia transformar, numa lança mortal, que o pastor usaria em caso de perigo para o rebanho, principalmente no ataque de algum predador. Também usavam a funda e o estilingue. Davi, como jovem pastor de ovelhas, soube como usar a funda pra matar o gigante Golias.
 
 Quando alguma ovelha saía do meio do rebanho dispersando-se, não obedecendo o comando, então o cajado tinha a função de vara, o pastor batia na ovelha desobediente, fazendo-a voltar ao grupo.
 
 Bom, vimos que o mesmo instrumento tinha a função protetora como lança, salvadora como cajado e disciplinar como vara.
 
 Vimos dessa forma, que o mesmo Deus pastor que acolhe e protege, também castiga e disciplina aos que ama, não porque quer fazê-los sofrer, mas para ensiná-los e aprimorá-los. Infelizmente para alguns, a dor é o que ensina em certos momentos, que de outro modo, não aprenderiam.
 
 O pastor quando voltava para casa com as suas ovelhas, elas sabiam que estavam chegando, que o deserto estava ficando para trás.
 
 O pastor ainda lhes dava uma última refeição que supria as suas energias que gastavam na travessia pelo deserto. Então, estariam prontas para dormir, só que antes, os pastores faziam uma recontagem das ovelhas.
 
 No Oriente Médio, os pastores contam as ovelhas várias vezes ao dia, para verificarem se não está faltando nenhuma, por causa das adversidades e perigos do caminho.
 
 Jesus contou a parábola de um pastor que tinha 100 ovelhas e viu que uma lhe faltava. Ele deixou as 99 no aprisco e voltou estrada afora, para encontrar aquela que tinha ficado para trás. E quando a encontrou, tamanha foi a sua felicidade e festejou por ter encontrado o animal.
 
 Quem recebe um rebanho do Senhor para cuidar, deve ter zelo com suas ovelhas e dar importância a todas elas. Cada uma é única e preciosa aos olhos de Deus. E se esforçar para não perder nenhuma delas.
 
 Nas Igrejas, as ovelhas não pertencem aos pastores, elas pertencem a Jesus. Os pastores são ungidos e recebem autoridade vinda de Deus para cuidarem delas aqui na terra.
 
 Pelo dicionário, a palavra pastor, de origem grega, significa aquele que apascenta, que cuida, alimenta e protege as ovelhas.
 
 A ovelha se alimenta o dia inteiro e a noite está com o estomago tão cheio que toma parte da caixa torácica. A noite ela gosta de brincar dando cabeçadas umas nas outras e acabam caindo com as patas para cima e não conseguem se levantar sozinhas, pois a lã é muito pesada. Se a ovelha não for erguida no prazo de uma hora ela acaba morrendo asfixiada.
 
 Por isso o pastor anda constantemente no meio delas. Durante a noite, ele usa   a vara e o cajado e as coloca em pé, as que estão caídas. Assim também, Deus, sempre nos coloca de pé.
 
A ovelha depende totalmente do pastor, ele vai à frente do pasto mostrando onde ela deve se alimentar, beber água e por onde andar, para não correr risco com os predadores e ladrões. Ela não sabe se defender.
 
A ovelha não sabe diferenciar uma relva boa e uma venenosa para comer. Ela não tem bom faro e corre o risco de comer de tudo o que encontra pela frente. Não sabem qual é erva saudável. Somente os olhos atentos e experientes de seu pastor poderão discernir isso e indicar a ela o que é bom para se alimentar.
 
Por isso a ovelha de Cristo, deve permanecer na sua doutrina, Congregação ou seara, e ser alimentada somente com o alimento que Ele – Deus, lhe oferece.
 
Quantas vezes algumas ovelhas se enchem com "alimento" espiritual errado e de má qualidade? Sendo ludibriadas e enganadas por palavras de pessoas e lugares, que se dizem estarem com a verdade e acham muitas vezes, que isso provém de Deus. Acabamos por ver muitas ovelhas se transformando em bodes, ou simplesmente morrendo longe do aprisco e do verdadeiro Pastor.
 
Para incomodar as ovelhas, existem moscas que vivem a perturbá-las, voando sobre suas cabeças, as infestando e que não as deixam se alimentarem direito. Como não conseguem se livrar dos insetos, elas correm sem direção e geralmente acabam assustando outras ovelhas que as seguem, correndo o risco de saírem do aprisco e serem mortas pelos lobos. Para evitar isso, o pastor joga óleo sobre suas cabeças para evitar esse problema. Nisto vemos no Salmo 23 quando Davi escreve como sendo ovelha: “unges-me a cabeça com óleo”, ou seja, a unção do óleo que o livra de ser atormentado e de sair de perto da proteção que está em Deus.
           
Deus nos unge com óleo, para que as moscas não voem sobre nossas cabeças, para podermos viver em paz.
 
As ovelhas são míopes, elas não enxergam direito. Se uma ovelha cair num buraco, a que estiver atrás, vai segui-la e cair também e assim por diante. E se uma começar a se desviar, o restante se desvia também. Não porque elas são fiéis umas às outras, mas simplesmente porque não sabem onde estão pisando.
          
Assim são as pessoas que seguem outras pessoas.
          
Quando a nossa prioridade na vida é agradar aos outros, seguindo-os, e não ao nosso Pastor, somos como ovelhas que seguem outras ovelhas, que acabam caindo no buraco.
          
Quando seguimos somente a pessoas, nesse sentido, todos somos míopes. O que vemos são as outras pessoas. A nossa visão, como ser humano é limitada. Não temos capacidade para sermos independentes do Pastor, e andarmos sozinhas por aí. Sempre precisamos da direção de Deus em nossa vida.
          
Para isso, é preciso prestarmos atenção à voz do nosso Pastor, para sabermos onde Ele está e segui-lo. E para sabermos qual é a voz do nosso Pastor, neste mundo cheio de apelos, ofertas e mentiras; precisamos conhecer e sabermos identificar a voz d’Ele – Deus, em nosso coração. Assim, quando por algum motivo, se acontecer de sairmos do rebanho nos desviando por aí, o Pastor nos puxará de volta com seu cajado. Porque Ele nos ama demais, pra nos deixar sair de perto d’Ele.
 
Que a Paz de Deus possa reinar em todos os corações.
 
Creuza Maria Rebouças Sousa

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