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Sobre Paulo

15 de Julho de 2017

Walmir da Rocha Melges

walmir.melges@gmail.com

sadoutrina.org - Biblioteca Digital - Crônicas

A Lição de Paulo Sob Outros Olhos,

Como vocês sabem, sou admirador do trabalho intelectual de Paulo pelo fato de que ele representa a possibilidade de um homem se transformar desde que ele tenha um LUZ à sua frente e DECIDA ACEITAR esta LUZ com todos os benefícios e ciente das consequências que esta decisão irá impor na vida dele.
 
Assim a LUZ que Paulo viu/recebeu foi a mesma que nós ACEITAMOS, qual seja o Nosso Senhor JESUS CRISTO.
 
O interessante foi a transformação de um homem da filosofia mundana em um filósofo ESPIRITUAL pelo fato de que a LUZ veio até ele não pela fala direta do SENHOR, mas sim, pela "iluminação" que foi concedida a ele [Paulo], tal e qual, nós, na atualidade, podemos "recortar e colar" um texto de um local estranho para um local escolhido por nós e armazenado com carinho para nosso uso.
 
Paulo teve a satisfação de RECEBER A ILUMINAÇÃO do PAI CELESTIAL [recortar] e COLAR DE IMEDIATO no ecrã da mente pessoal dele, para no mesmo instante, já começar a utilizar AQUILO que o iluminou, na sua vida, e até, fazer daquela iluminação a "sua vida" em admirável demonstração de submissa coragem.
 
Como tudo que lemos nos dias atuais é fruto de algum tradutor, primeiro o tradutor que OUVIU JESUS CRISTO e depois de outros que traduziram aquelas primeiras palavras, tanto do grego quanto do aramaico para a nossa linguagem, passando por vezes até por traduções de traduções, então eu me sinto à vontade para “ouvir” o que diz alguns escritores [leigos na religiosidade] que encetaram longas pesquisas nas variadas fontes antigas e que nos passam linhas as quais muito embora diversas no formato daquelas inscritas nas nossas Sagradas Escrituras, mas que mantém fidelidade de conceitos com elas [Sagradas Escrituras].
 
Considero então tais escritos [dentro do conceito do parágrafo anterior] como válidos para poder aumentar a nossa reflexão.
 
Neste contexto, estou lendo, pela segunda vez, um livro chamado “Paulo de Tarso – O maior bandeirante do Evangelho” escrito pelo filósofo, educador e teólogo catarinense “Huberto Rohden” nascido em 1893 e falecido em 1981. A obra é comercializada pela Editora Martin Claret dentro de uma coleção que é tida como “Obra prima de cada autor”.
 
Assim esta obra foi considerada com o melhor escrito deste Huberto Rohden e pode ser considerada como valiosa para nossa leitura para nós, crentes espirituais.
 
Diz este escritor, em uma visão de aplicação material, que a vida de Paulo nos demonstra que para renovar a sociedade é necessário que antes se renove a vida individual do homem, o que vai de encontro à leitura espiritual que fazemos da qual se constata que deve nascer o homem novo porém não podemos nos esquecer que Paulo escrevia suas cartas aos povos que precisavam mudar seus costumes, não a um homem em especial, mas sim, ao POVO, para que aqueles povos abominassem as velhas práticas religiosas e licenciosas e adotassem os PRECEITOS DE CRISTO como meta de vida pessoal.
 
Creio que a visão material deste escritor coincide com perfeição com o nosso entendimento espiritual pois a mesma epístola que nos serve de preparo espiritual para a vida espiritual futura, também cabe com perfeição à uma nova vida material para que a sociedade deixe de ser tão dissoluta quanto ainda o é.
 
Curiosamente, este pensador, homem muito mais material que espiritual, nos dá uma visão de que também “tinha espiritualidade no seu pensar” a qual podemos constatar embutida em muitas de suas explicações sobre as passagens bíblicas, como por exemplo, na Carta ao Efésios, capítulo 6 versículos 10 a 18.
 
10 No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder.
11 Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo.
12 Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais.
13 Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, ficar firmes.
14 Estai, pois, firmes, tendo cingidos os vossos lombos com a verdade, e vestida a couraça da justiça;
15 E calçados os pés na preparação do evangelho da paz;
16 Tomando sobretudo o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno.
17 Tomai também o capacete da salvação, e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus;
18 Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança e súplica por todos os santos,
 
O pensador resume este trecho com apenas uma lição: “o cristão deve munir-se de armas sobrenaturais (em nosso caso, armas espirituais) porque tem de lutar contra os demônios, que, expulsos do céu, vagueiam pelo mundo para perder as almas”.
 
Considero esta conclusão dele como muito próxima do “nosso pensar” e me lembrei que uma das nossas antigas irmãs, irmã Tereza de Rio Claro, quando nos dá suas lições, reforça muito as palavras contidas nestas passagens [C6, v. 10-18] como um resumo das nossas obrigações de crente espiritual na medida em que elas possuem ligação direta com os demais conceitos que nós albergamos [aceitamos como válidos para nós] e que são parte das nossas comunicações.
 
Como conclusão deste meu raciocínio, deste meu escrito, digo que não é possível substituirmos as letras das nossas Sagradas Escrituras por outras letras e palavras, mas fico satisfeito de ver que um filósofo, mesmo dedicado à teologia que é a “ciência do estudo religioso”, e então não segue um cunho de sentido essencialmente espiritual, também chega, com as suas conclusões, aos mesmos aspectos de sentido espiritual preconizados pela nossa doutrina.
 
Como este escritor estudou muitos dos amigos escritos que vieram solidificar as Sagradas Escrituras, as palavras deste são valiosas, não para dirigir nossos estudos, nossas reflexões, mas sim, para termos uma ferramenta extra quando nos deparamos com leigos que insistem em não aceitarem os aspectos espirituais. Como tais leigos somente aceitam a materialidade, até podemos citar este filósofo materialista como fundamento extra, em uma argumentação onde o materialismo impere.
 
Lins - 15 de julho de 2017.
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