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A Linha Bíblica do Tempo

17 de Setembro de 2015

Valdenir Alves Ferreira

vferreiracps@gmail.com

sadoutrina.org - Biblioteca Digital - Trabalhos
 
Estabelecer a ordem cronológica dos fatos é um conceito extremamente importante para compreendermos os mesmos fatos e seus desdobramentos posteriores.


Isto é válido em todos os aspectos da vida contemporânea ou ainda em relação aos nossos antepassados.
Existem regras e leis, materiais e divinas que já foram alteradas ao longo do tempo e da história. Esta simples tese visa introduzir o método de analisar as Leis de Deus balizadas pela linha do tempo.
  

Com toda certeza este método é usado em larga escala pelas escolas de teologias bíblicas da atualidade, muito embora eu nunca tenha freqüentado-as. Meu intuito é apresentar este método aos irmãos da Sã Doutrina, pois sei que ele contribuirá em aprimorar nosso entendimento em relação às Leis de Deus.

Existe uma grande quantidade de fatos e exemplos que poderiam ser citados, mas eu separei apenas os mais conhecidos para facilitar a nossa iniciação ao método. Vamos à eles:
 
1-Aos Romanos 4 trata da justificação de Abraão pela fé.
O texto deixa claro que a justificação não foi pelas obras da lei.

Sabemos que a Lei de Deus entregue à Moisés é boa e colabora em conjunto com a graça de Jesus para a justificação dos homens. Se é assim, por que Abraão não foi justificado pela Lei de Deus?
 

Resposta com aplicação do método da linha do tempo: Porque Abraão viveu em uma época antes da Lei dos Dez Mandamentos. Na época de Abraão, a Lei dos Dez Mandamentos não estava vigente, embora ele já fosse um homem reto em suas ações. Assim não tinha como ele ser justificado pelas obras da lei.
 
2-Em Êxodo 2:11-22, Moisés mata um egípcio e foge para Midiã.
Em 20 de Êxodo, ele recebeu a Lei dos Dez Mandamentos escritas pelo dedo de Deus e as entregou aos israelitas.
O sexto mandamento diz: Não Matarás. Moisés matou aquele egípcio com a desculpa de estar protegendo um israelita que perecia na mão do inimigo, mas isso foi antes de Deus lhe entregar as tábuas da lei.
 

Aplicando o método de estudo pela linha do tempo vemos que Moisés foi um assassino antes de receber a lei. Depois de recebê-la, foi um homem correto, teve uma única mulher a qual foi Zípora filha de Jetro e não cometeu falta contra a Lei dos Dez Mandamentos.
 

Seria um desastre se Moisés, depois de receber a Lei dos Dez Mandamentos tivesse assassinado alguém, possuído mais que uma mulher ou cometesse outros deslizes. Mas como seu pecado foi antes do recebimento da lei, ele ficou livre da imputação de transgressor da lei que ele mesmo recebera.
 
3-Em Eclesiastes 9:4,5 diz:
4-Ora, para aquele que está entre os vivos há esperança (porque melhor é o cão vivo do que o leão morto).
5-Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa, mas a sua memória fica entregue ao esquecimento.
 

Pela linha do tempo, ou seja, pela ordem cronológica dos acontecimentos o escritor pode ter sido Salomão ou outro que lhe era contemporâneo e que viveu muito antes de Jesus. Portanto em sua época não existia ressurreição.
 

No verso 4 ele atribuiu que a esperança é unicamente para o vivos e no verso 5 ele atesta que os mortos não sabem de nada, que não terão recompensa e não serão lembrados.
 

Se esse autor vivesse depois da abertura da ressurreição feita por Jesus, ele não teria escrito essas palavras. O que ele escreveu era a mais pura verdade na época dele, mas não vale mais para nós. Hoje existe esperança de ressurreição e o juízo para todos.
   
4-A Parábola do Trigo e do Joio - Mateus 13: 24 ao 30
(Este tópico é maior que os demais e deve ser lido com mais atenção)
13:24 -  Propôs-lhes outra parábola, dizendo: O reino dos céus é semelhante ao homem que semeia a boa semente no seu campo;
13:25 -  Mas, dormindo os homens, veio o seu inimigo, e semeou joio no meio do trigo, e retirou-se.
13:26 -  E, quando a erva cresceu e frutificou, apareceu também o joio. 13:27 -  E os servos do pai de família, indo ter com ele, disseram-lhe: Senhor, não semeaste tu, no teu campo, boa semente? Por que tem, então, joio?
13:28 -  E ele lhes disse: Um inimigo é quem fez isso. E os servos lhe disseram: Queres pois que vamos arrancá-lo?
13:29 -  Ele, porém, lhes disse: Não; para que, ao colher o joio, não arranqueis também o trigo com ele.
13:30 -  Deixai crescer ambos juntos até à ceifa; e, por ocasião da ceifa, direi aos ceifeiros: Colhei primeiro o joio, e atai-o em molhos para o queimar; mas, o trigo, ajuntai-o no meu celeiro.
Como vimos na parábola, Jesus narrou fatos acontecidos desde o início do mundo, quando Deus fez o homem e logo em seguida o diabo enganou os dois primeiros seres humanos, Eva e Adão e introduziu o pecado, ou seja: Deus semeou o trigo e o diabo semeou o joio.
 

O período entre a criação do mundo e a vinda de Jesus Cristo não era próprio para que houvesse o Juízo, por isto Deus não permitiu que seus servos arrancassem o joio, pois como a época não era oportuna, os servos poderiam arrancar também o trigo e desta forma a parte boa que fora semeada seria prejudicada. Deus ordenou que esperassem a época da ceifa. As palavras juízo e ceifa são equivalentes.
 

Explicação da Parábola do Joio feita por Jesus - Mateus 13:36 ao 43
13:36 -  Então, tendo despedido a multidão, foi Jesus para casa. E chegaram ao pé dele os seus discípulos, dizendo: Explica-nos a parábola do joio do campo.
13:37 -  E ele, respondendo, disse-lhes: O que semeia a boa semente, é o Filho do homem;
13:38 -  O campo é o mundo; e a boa semente são os filhos do reino; e o joio são os filhos do maligno;
13:39 -  O inimigo, que o semeou, é o diabo; e a ceifa é o fim do mundo; e os ceifeiros são os anjos.
13:40 -  Assim como o joio é colhido e queimado no fogo, assim será na consumação deste mundo.
13:41 -  Mandará o Filho do homem os seus anjos, e eles colherão do seu reino tudo o que causa escândalo, e os que cometem iniqüidade.
13:42 -  E lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá pranto e ranger de dentes.
13:43 -  Então os justos resplandecerão como o sol, no reino de seu Pai. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.
 

Na explicação da parábola Jesus responde todas as coisas e diz claramente que a ceifa é o fim do mundo ou a consumação deste mundo e que neste tempo os que cometem iniquidade serão lançados na fornalha de fogo e os justos resplandecerão como sol no reino de seu Pai.
 

Neste contexto a Consumação dos Séculos, ou a Consumação deste mundo, ou o fim deste mundosão equivalentes, ou seja, é a mesma coisa; o fim do mundo falado aqui não é um fim a ocorrer em um único dia; é um processo de várias fases.
 

Notemos que Jesus estava falando de algo que iria ocorrer depois de sua morte e ressurreição, ou seja, ele falava de algo que para ele próprio aconteceria no futuro, por isto ele usou verbos do futuro tais como:serão, colherão, lançá-los-ão, resplandecerão, entretanto para nós que na linha do tempo estamos situados após a ressurreição não é coisa para o futuro, basta vermos como o escritor de Aos Hebreus se refere ao assunto no capítulo 9:26 e 27.
 

9:26 -  De outra maneira, necessário lhe fora padecer muitas vezes desde a fundação do mundo. Mas agora na consumação dos séculos uma vez se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo.
9:27 -  E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo.
 

O escritor da epístola Aos Hebreus que na mesma linha do tempo está situado após a ressurreição de Jesus se refere ao assunto no verso 26 com a expressão “agora na consumação dos séculos”, ou seja, o que para Jesus estava no futuro, para o escritor de Aos Hebreus já estava no presente.
 

Observemos o que Apóstolo Paulo, escritor de I Aos Coríntios falou sobre o fim: 10:11 -  Ora, tudo isto lhes sobreveio como figuras, e estão escritas para aviso nosso, para quem já são chegados os fins dos séculos. A vinda de Jesus, a ceifa e o juízo já estão em pleno curso.
 

Não é minha intenção desqualificar nenhuma crença, pelo contrário, devo respeitá-las. Mas digo que infelizmente muitas igrejas evangélicas da atualidade erraram ao estabelecer suas doutrinas internas e pregam que a vinda de Jesus e o juízo são eventos futuros. Este simples método de aplicar a linha do tempo ao estudo teria ajudado-as à definir corretamente suas convicções relativas à este assunto.
 

Alegro-me em verificar que através da revelação de Deus, os primeiros crentes espirituais da Sã Doutrina souberam estabelecer e situar corretamente a ceifa e o juízo. A aceitação deles em praticar o culto espiritual é testemunha de que reconheceram que a ressurreição e o juízo já estavam abertos e nós devemos seguir o seu exemplo.
 

Isto pode ser confirmado no livro A Origem da Sã Doutrina, escrito pelo irmão Luiz Gállio. Um dos entrevistados chamado João Francisco, residente na cidade de Gállia lhe disse:

Ora meu irmão, se não posso me lembrar da grandeza daquele tempo e da glória que tive quando esta doutrina entrou em Gállia. O povo dizia: nova lei, chegou o juízo, é o fim do mundo. E isto era justificado também por pessoas de outras denominações para nos escarnecer.
 
5- Os Exemplos de Lázaro e Estêvão
Lázaro:- Evangelho de João 11:1-57
Estêvão:- Atos 6:8-15 e 7:1-60
 

Estes dois irmãos viveram num mesmo espaço de tempo. Talvez até se conheceram, mas suas histórias apresentam fatos opostos.
 

Lázaro morreu materialmente duas vezes. A primeira morte material de Lázaro foi antes da morte e ressurreição de Jesus. Sobre a sua segunda morte material, não sabemos, pois a Bíblia Sagrada não relata.
 

Quando Jesus o ressucitou após a sua primeira morte, o mesmo voltou a viver materialmente no mesmo corpo material aqui na Terra. Lázaro esteve quatro dias dormindo no sepulcro. Ao ser ressucitado por Jesus, Lázaro NÃO relatou nada sobre o Juízo de Deus, nem sobre a vida após a morte, nem sobre a escuridão das trevas, nem sobre a Cidade Santa.
 

Ele apenas dormiu conforme Jesus mesmo disse em João 11:11
 

No caso de Estêvão, que morreu materialmente após a morte e ressurreição de Jesus, pouco antes de sua morte, o mesmo relatou Atos 7:56- Eis que vejo os céus abertos, e o Filho de do Homem, que está em pé, à mão direita de de Deus.
 

Ao ser apedrejado, Estêvão disse em Atos 7:59- Senhor Jesus, receba o meu espírito.
Lázaro não tinha nada pra contar. Estêvão, no momento da morte avistou o Reino Glória Celestial. Eis a grande diferença. Mas como explicar? Somente é possível explicar aplicando o método da estudar os assuntos pontuando-os pela linha do tempo.
   
6- Em 9 e 10 aos Hebreus consta sobre os sacrifícios do santuário
Provavelmente escrito pelo Apóstolo Paulo esse texto combate a prática de sacrifícios de animais depois da morte de Jesus. Alguns irmãos não haviam entendido que o cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo era o próprio Jesus crucificado.

Eles queriam continuar a oferecer sacrifícios à Deus conforme os ritos do Velho Testamento, ou seja, sacrificando ovelhas e touros para Deus.
 

Em Jesus houve a transformação desse ritual. O que valera até Jesus, após Ele já não valia mais.
Existe uma pequena variação no calendário cristão. Jesus nasceu no ano 6 AC e foi crucificado no ano 27 DC. Isto é reconhecido pela história oficial do ocidente.
 

Portanto naquele ano 27 DC cessaram ou deveriam cessar todos os sacrifícios de animais, mas aqueles irmãos talvez não tivessem o conhecimento real dos fatos ou mesmo tendo, não compreenderam e continuavam a fazê-los.
 

Quando Paulo lhes dirige o ensinamento da epístola para que fossem encerrados os holocaustos, ele está amparado pela linha do tempo.
 
7- A vida dos que se convertem em Jesus
Vamos agora a um exemplo dos nossos dias.
Um homem que vive no mundo pratica obras reprovadas, mas ao converter em Jesus ocorre uma transformação. Os seus antigos amigos que ficaram no mundo não compreendem o que aconteceu.


I Pedro 4:4 retrata bem esse assunto: e acham estranho não correrdes com eles no mesmo desenfreamento de dissolução, blasfemando de vós.


Para entender bem o que ocorreu, basta aplicarmos o método da linha do tempo. Antes de conhecer e seguir a Jesus era um homem rude, ignorante e alheio a vontade de Deus e depois da conversão se torna um novo homem através da transformação ocorrida após o encontro com a Palavra de Deus.


Romanos 12:2- E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.
 

Aqueles irmãos que já nasceram na igreja não passaram por essa tamanha mudança, mas alguns que se converteram depois de adultos podem ter vivido uma grande transformação benéfica em suas conversões. O Apóstolo Paulo é um grande exemplo nesse sentido.
 

Infelizmente aqueles que voltam para o mundo sofrem essa transformação em sentido contrário.
 
Conclusão: 
O método de aplicação da linha do tempo ao estudo bíblico nos ajudará compreender melhor a mensagem de Deus. É estudar e definir o ANTES e o DEPOIS.
 

Existem outras passagens e assuntos bíblicos a ser citados que podem complementar a tese expandindo-a, entretanto estas são as que me vieram a mente. Espero que a mesma seja uma contribuição para todos que desejam conhecer e provar as delícias da Palavra de Deus.
 
Paz de Deus a todos.
Valdenir Alves Ferreira

 
Idealizado no ano de 2012. 
Redigido em 29/07/2015, das 4:30 as 7:30h. 
Publicado em 17/09/2015  

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