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A História de José I

05 de Maio de 2015

Carlinhos Edwiges   

jcedwiges@hotmail.com

sadoutrina.org - Biblioteca Digital - Trabalhos
            JOSÉ, um dos filhos de Jacó e de Raquel, muito conhecido por nós como JOSÉ DO EGITO.Mas antes de entrar na sua história vamos voltar um pouco mais no tempo para lembrarmos de seu bisavô Abraão, que avançado em dias, sendo casado com Sara, que além de idosa ainda era mulher estéril, foi visitado pelo anjo de Deus que lhe trouxe boas novas e um filho lhe seria concedido. Também lhe foi feito uma promessa, que sua geração seria numerosa, como as estrelas do céu e herdariam a terra de Canaã.

Nasceu Isaque, motivo de grande alegria e também de grande prova de fé de Abraão, quando ainda menino Deus o pediu em sacrifício.
Adulto, Isaque casou-se com Rebeca e lhes foi concedido os gêmeos Esaú e Jacó. Esaú era o primogênito e herdeiro legal da benção do pai, mas trocou o seu direito por uma refeição num momento que estava faminto e Jacó usando estratégia recebeu a benção no lugar de Esaú.

Para escapar da fúria de seu irmão, Jacó foi para a casa de seu tio Labão, irmão de sua mãe Rebeca e lá casou-se, como permitia a lei e o costume da época, com as irmãs Léia e Raquel.
Jacó teve 12 (doze) filhos homens e 1 (uma) filha mulher.
 
Com Léia Jacó teve: Rúben o primogênito, Simeão, Levi, Judá, Issacar, Zebulom e a filha Diná.
Com Zilpa, serva de Léia teve: Gade e Aser.
Com Raquel, sua amada, teve: José e Benjamim.
Com Bila, serva de Raquel teve: Dã e Naftali.
Benjamim era o caçula, seu parto foi muito complicado e sua mãe Raquel morreu ao lhe dar a luz.
Jacó amava todos os seus filhos, mas a José e Benjamim ele tinha um carinho ainda mais especial, pois foram frutos do amor com sua amada esposa Raquel.
 
A JUVENTUDE DE JOSÉ
 
A história de nosso personagem começa, segundo os estudiosos, aproximadamente lá pelo ano 1700 antes de Cristo, quando José era um jovem de dezessete anos.

Como era muito comum naquela época, sua família cuidava de rebanhos, normalmente de ovelhas e cabras. Como ele ficava muito tempo com seus irmãos, via a maldade que eles faziam e contava para o seu pai.

José era o filho predileto de Jacó e por isso seu pai mandou fazer uma roupa nova, uma túnica longa. Com tudo isso seus irmãos lhe odiavam e não conseguiam se relacionar com ele de forma amigável.

Observamos que para os dias de hoje, a postura de Jacó não foi correta, tendo amado mais um filho que os outros. Nós pais devemos amar nossos filhos de forma igual e fazer por eles o que estiver em nosso alcance de forma justa, sem preferências, para não suscitar a inveja e o ciúme.

Evidentemente que em alguns momentos algum dos filhos precisará de mais atenção e dedicação, como por exemplo, quando um filho está doente. Mas isso não pode ser a regra.

Para completar o desafeto dos irmãos por José, ele teve um sonho, dizendo: “Sonhei que estávamos no campo amarrando feixes de trigo. De repente, o meu feixe ficou de pé, e os feixes de vocês se colocaram em volta do meu e se curvavam diante dele.”
Seus irmãos iraram, questionando se ele iria governar sobre eles. E odiaram José ainda mais.

Mas não foi só isso, ele teve outro sonho e contou para sua família: “Tive outro sonho e desta vez o sol, a lua e onze estrelas se curvaram diante de mim.”

Após contar o sonho, seu pai lhe repreendeu dizendo: “Que sonho é este que você teve? Será que eu, sua mãe e seus irmãos curvaremos diante de você. Será que vamos nos ajoelhar diante de você e encostar o nosso rosto no chão?” Seus irmãos tinham cada vez mais ciúmes de José, mas Jacó refletia e guardava tudo isso em seu coração.

Certo dia os irmãos de José estavam apascentando os rebanhos no campo. Então Jacó lhe pediu para ir até lá a fim de trazer notícias.
Ele se perdeu no caminho, mas encontrou um homem que vinha vagueando pelos campos e lhe perguntou o que estava procurando. José disse que procurava pelos irmãos. O homem informou que ouviu eles dizerem que iam para Dotã.
Quando ele se aproximou, seus irmãos o viram de longe e planejaram matá-lo.

“Lá vem o sonhador”, diziam entre si. “É agora, vamos matá-lo e jogá-lo num poço e diremos que um animal selvagem o devorou. Veremos então o que será dos seus sonhos.”
Rúben o mais velho, não gostou da ideia e tentou livrá-lo das mãos dos outros irmãos. Então sugeriu: “Não vamos tirar sua vida, vamos jogá-lo num poço no deserto, mas não toquemos nele”. Na verdade a intenção de Rúben era livrar José e levar ele de volta ao pai.
Quando José chegou, seus irmãos lhe arrancaram a túnica e o jogaram no poço, que estava vazio e sem água.

Eis vinha passando uma caravana de mercadores ismaelitas que iam para o Egito. Judá então propôs: “Que ganharemos se matarmos nosso irmão e escondermos seu sangue? Vamos vendê-lo aos ismaelitas. Não tocaremos nele, afinal é nosso irmão, é nosso próprio sangue”. E os irmãos concordaram

Então venderam José por 20 (vinte) peças de prata aos ismaelitas, que o levaram para o Egito. José foi vendido como escravo, pelo preço de um escravo, a semelhança de Jesus Cristo.
Rúben, que não estava presente no momento desta negociação, ao ver o poço vazio rasgou suas vestes e ficou bravo com seus irmãos.

Eles então mataram um bode e mergulharam no sangue a túnica de José e mandaram ao pai perguntando: “Achamos isto. Veja se é a túnica de teu filho”.
Jacó ao ver a roupa de seu filho ensanguentada, chorou, clamou e lamentou, achando que um animal selvagem o havia devorado. Então rasgou suas vestes, se vestiu de pano e chorou por muitos dias a suposta morte de seu filho.
Apesar de todos seus filhos e filha vieram consolá-lo, ele não quis ser consolado, dizendo: “Não! Chorando descerei à sepultura para junto de meu filho”. E continuou a chorar por ele.

Neste meio de tempo, já no Egito, os ismaelitas venderam José a um homem egípcio chamado de Potifar, que era oficial do Faraó e capitão da guarda.
 
JOSÉ NO EGITO
 
O SENHOR Deus estava com José, de modo que prosperou e passou a morar na casa de Potifar. Quando ele percebeu que uma grande virtude estava sobre José, pois tudo que fazia tinha prosperidade, o tornou administrador de seus bens e deixou a sua casa e tudo quanto possuía a seus cuidados.
Por intermédio de José a casa de Potifar era abençoada, junto com todos os seus bens.
José era jovem, um rapaz atraente, de boa aparência e formoso a vista.

Passado certo tempo, a esposa de Potifar começou a cobiça-lo, lhe provocar e lhe convidar para que se deitasse com ela. Mas José fugia, se recusava a cometer tal pecado. Dizia ele: “Meu senhor não se preocupa com coisa alguma de sua casa e tudo o que tem deixou aos meus cuidados. Ninguém desta casa está acima de mim. Ele nada me negou, a não ser a senhora, porque é mulher dele. Como poderia eu então cometer algo tão perverso e pecar contra Deus?” Assim embora ela insistisse com José dia após dia, ele se recusava a deitar-se com ela e evitava ficar perto dela.

É importante analisarmos a atitude de José diante desta tentação. Certamente como todo jovem, tinha seus desejos, mas tinha discernimento do que era certo e errado.
Observamos que Moisés e os Mandamentos vieram bem depois de José. Então o mandamento referente a cobiça, ao adultério, o amor a Deus sobre todas as coisas não estavam formalizados e oficializados por Deus perante o seu povo.

Os mandamentos escritos por Deus e entregues a Moisés vieram para dar forma aquilo que já era ordenado por Deus, já era de observância por seus filhos, praticado pelo povo, os costumes, o bom senso, o moral, a ética, a honestidade, o respeito.
Os mandamentos deram um caráter solene a estas ordenanças, tanto que José vivendo séculos antes de Moisés sabia perfeitamente que se entregasse a prostituição, tendo relação ilícita com a mulher de Potifar, estaria cometendo grave delito.

Alguns podem argumentar que ao se entregar a algum pecado, o fizeram sem saber, pois não tinham lido na bíblia que tal fato não podia, ou que ninguém nunca tinha falado sobre o assunto. Mas o exemplo da resistência de José a tentação nos mostra que devemos ser fortes e fugir daquilo que é mal, ou melhor ainda, seguir o conselho do Apóstolo Paulo e fugir de toda aparência do mal, ou seja, pareceu que vai dar problema, fuja.

Foi o que José fez.
Os mandamentos não vieram trazer coisas novas, tratar de assuntos nunca antes vistos pelos descendentes de Israel, mas para ratificar, confirmar o que já era regra entre o povo.
Mas certo dia José entrou na casa para cuidar de seus afazeres e não havia mais nenhum outro empregado. Era a oportunidade que a mulher estava esperando. Ela o agarrou pelo manto e tornou a convidá-lo a se deitar com ela, mas ele novamente fugiu, porém deixou o seu manto nas mãos dela.

Enfurecida pelo desprezo de José, a mulher começou a gritar, chamando os empregados, levantando falso testemunho foi dizendo: “Vejam, este hebreu nos foi trazido para nos insultar! Ele entrou aqui e tentou abusar de mim. Mas eu gritei. Quando me ouviu gritar por socorro, largou seu manto e fugiu da casa”.
Quando Potifar chegou em casa a mulher lhe repetiu sua mentirosa história. Ele ficou indignado, mandou buscar José e o lançou na prisão.
Mesmo na prisão o Sen
hor estava com José e o tratou com bondade concedendo-lhe a simpatia do carcereiro, a tal ponto que este lhe encarregou como responsável por todos que estavam na prisão.
O carcereiro não se preocupava com nada do que estava a cargo de José, porque o SENHOR estava com José e lhe concedia bom êxito em tudo o que realizada.
 
JOSÉ E OS SONHOS
 
Passado algum tempo, Faraó, o rei do Egito foi ofendido pelo chefe dos copeiros, que era encarregado de servir vinho, e pelo chefe dos padeiros. O rei ficou furioso com os dois e mandou que fossem postos na cadeia, no mesmo lugar onde José estava preso. Eles ficaram muito tempo ali, e o capitão deu a José a tarefa de cuidar deles.

Certa noite, ali na cadeia, o copeiro e o padeiro tiveram um sonho cada um. E cada sonho queria dizer alguma coisa.
Quando José veio vê-los de manhã, notou que estavam preocupados. Então perguntou: “Por que vocês estão com essa cara tão triste hoje?”

 Eles responderam: “Cada um de nós teve um sonho, e não há ninguém que saiba explicar o que esses sonhos querem dizer.” Disse então José: “ É Deus quem dá à gente a capacidade de explicar os sonhos. Vamos, contem o que sonharam.”
Então o chefe dos copeiros contou o seu sonho. Ele disse:

“Sonhei que na minha frente havia uma parreira que tinha três galhos. Assim que as folhas saíam, apareciam as flores, e estas viravam uvas maduras. Eu estava segurando o copo do rei; espremia as uvas no copo e o entregava ao rei.”
 José disse: “A explicação é a seguinte: os três galhos são três dias. Daqui a três dias o rei vai mandar soltá-lo. Você vai voltar ao seu trabalho e servirá vinho ao rei, como fazia antes. Porém, quando você estiver muito bem lá, lembre-se de mim e, por favor, tenha a bondade de falar a meu respeito com o rei, ajudando-me assim a sair desta cadeia. A verdade é que foi à força que me tiraram da terra dos hebreus e me trouxeram para o Egito; e mesmo aqui no Egito não fiz nada para vir parar na cadeia.”

Quando o chefe dos padeiros viu que a explicação era boa, disse: “Eu também tive um sonho. Sonhei que estava carregando na cabeça três cestos de pão. No cesto de cima havia todo tipo de comidas assadas que os padeiros fazem para o rei. E as aves vinham e comiam dessas comidas.”
José então deu a explicação: “O seu sonho quer dizer isto: os três cestos são três dias. Daqui a três dias o rei vai soltá-lo e vai mandar cortar a sua cabeça. Depois o seu corpo será pendurado num poste de madeira, e as aves comerão a sua carne.”
Três dias depois o rei comemorou o seu aniversário, oferecendo um banquete a todos os seus funcionários. Ele mandou soltar o chefe dos copeiros e o chefe dos padeiros e deu ordem para que viessem ao banquete.
E aconteceu exatamente o que José tinha dito: o rei fez com que o copeiro voltasse ao seu antigo trabalho de servir vinho ao rei e mandou que o padeiro fosse executado.

Porém o chefe dos copeiros não se lembrou de José; esqueceu-se dele completamente.
Dois anos se passaram. Um dia o rei do Egito sonhou que estava de pé na beira do rio Nilo. De repente, saíram do rio sete vacas bonitas e gordas, que começaram a comer o capim da beira do rio. Logo em seguida saíram do rio outras sete vacas, feias e magras, que foram ficar perto das primeiras vacas, na beira do rio. E as vacas feias e magras engoliram as bonitas e gordas, no entanto sem perder sua magreza e feiura. Aí o rei acordou.

Mas tornou a dormir e teve outro sonho. Desta vez ele viu sete espigas de trigo que saíam de um mesmo pé; elas eram boas e cheias de grãos. Depois saíram sete espigas secas e queimadas pelo vento quente do deserto e elas engoliram as sete espigas cheias e boas. O rei acordou: tinha sido outro sonho.
De manhã ele estava muito preocupado e por isso mandou chamar todos os adivinhos e todos os sábios do Egito. O rei contou os seus sonhos, mas nenhum deles foi capaz de dar a explicação.

Foi ai então que o chefe dos copeiros se lembrou de José. Disse ele ao rei: “Chegou a hora de confessar um erro que cometi. Um dia o senhor ficou com raiva de mim e do chefe dos padeiros e nos mandou para a cadeia, na casa do capitão da guarda.  Certa noite cada um de nós teve um sonho. Lá na cadeia estava com a gente um moço hebreu, que era escravo do capitão da guarda. Contamos a esse moço os nossos sonhos, e ele explicou o que queriam dizer. E tudo deu certo, exatamente como ele havia falado. Eu voltei para o meu serviço, e o padeiro foi enforcado.”

Então o rei mandou chamar José, e foram depressa tirá-lo da cadeia. Ele fez a barba, trocou de roupa e se apresentou ao rei. Então o rei disse que havia tido um sonho que ninguém conseguiu explicar e ouviu dizer que ele era capaz de explicar sonhos.
Mas José disse que isso não dependia dele. “É Deus quem vai dar uma resposta para o bem do senhor, ó rei.” Disse José.
Aí o rei contou o sonho das vacas gordas e magras e das espigas boas e mirradas. Disse que contou os sonhos aos adivinhos, mas nenhum deles foi capaz de explicá-los.

Então José disse ao rei: “Os dois sonhos querem dizer a mesma coisa. Por meio deles Deus está dizendo ao senhor o que ele vai fazer. As sete vacas bonitas são sete anos, e as sete espigas boas também são. Os dois sonhos querem dizer uma coisa só. As sete vacas magras e feias que saíram do rio depois das bonitas e também as sete espigas secas e queimadas pelo vento quente do deserto são sete anos em que vai faltar comida. É exatamente como eu disse: Deus mostrou ao senhor, ó rei, o que ele vai fazer. Virão sete anos em que vai haver muito alimento em todo o Egito. Depois virão sete anos de fome. E a fome será tão terrível, que ninguém se lembrará do tempo em que houve muito alimento no Egito. A repetição do sonho quer dizer que Deus resolveu fazer isso e vai fazer logo.”

E José ainda continuou, agora com aconselhamento, dizendo: “Portanto, será bom que o senhor, ó rei, escolha um homem inteligente e sábio e o ponha para dirigir o país. O rei também deve escolher homens que ficarão encarregados de viajar por todo o país para recolher a quinta parte de todas as colheitas, durante os sete anos em que elas forem boas. Durante os anos bons que estão chegando, esses homens ajuntarão todo o trigo que puderem e o guardarão em armazéns nas cidades, sendo tudo controlado pelo senhor. Assim, o mantimento servirá para abastecer o país durante os sete anos de fome no Egito, e o povo não morrerá de fome.”

José teve uma postura muito interessante que é um exemplo para nós. Mais do que interpretar o sonho, ele ainda traçou estratégias para superar a adversidade. Com sabedoria, entendeu a melhor forma de agir em cada situação, nos momentos bons e de fartura, como nos momentos de dificuldade e de escassez.

O conselho de José agradou muito ao rei e aos seus funcionários. Então o rei lhes disse: “Não poderíamos achar ninguém melhor para dirigir o país do que José, um homem em quem está o Espírito de Deus. Depois virou-se para José e disse: “Deus lhe mostrou tudo isso, e assim está claro que não há ninguém que tenha mais capacidade e sabedoria do que você. Você vai ficar encarregado do meu palácio, e todo o meu povo obedecerá às suas ordens. Só eu terei mais autoridade do que você, pois sou o rei. “Neste momento eu ponho você José, como governador de todo o Egito.”

Então o rei tirou do dedo o seu anel-sinete e o colocou no dedo de José. Em seguida mandou que o vestissem com roupas de linho fino e pôs uma corrente de ouro no pescoço dele.
Depois fez com que José subisse no carro reservado para a maior autoridade do Egito depois do rei e mandou que os seus homens fossem na frente dele, gritando: “Abram caminho!” Assim, José foi posto como governador de todo o Egito.
E disse mais o rei a José: “Eu sou Faraó, sou o rei, mas sem a sua licença ninguém poderá fazer nada em toda a terra do Egito.” O rei pôs em José o nome de Zafenate Panéia e lhe deu como esposa Asenate, filha de Potífera, que era sacerdote da cidade de Heliópolis.
José tinha trinta anos quando entrou para o serviço do rei do Egito. Ele saiu da presença do rei e viajou por todo o Egito.

Durante os sete anos de fartura a terra produziu cereais em grande quantidade. E José ajuntou todos os cereais e os guardou em armazéns nas cidades, ficando em cada cidade os cereais colhidos nos campos vizinhos.
José ajuntou tanto mantimento, que desistiu de pesar, pois não dava mais: parecia a areia da praia do mar.
Antes de começarem os anos de fome, José teve dois filhos com a sua mulher Asenate. Pôs no primeiro o nome de Manassés e explicou assim: “Deus me fez esquecer todos os meus sofrimentos e toda a família do meu pai.” No segundo filho pôs o nome de Efraim e disse: “Deus me deu filhos no país onde tenho sofrido.”

Então acabaram-se os sete anos de fartura no Egito, e, como José tinha dito, começaram os sete anos de fome. Nos outros países o povo passava fome, mas em todo o Egito havia o que comer.
Quando os egípcios começaram a passar fome, foram pedir alimentos ao rei. Ele então disse para ir falar com José e fizessem o que ele mandasse.
Quando a fome aumentou no país inteiro, José abriu todos os armazéns e começou a vender cereais aos egípcios. E de todos os países vinha gente ao Egito para comprar cereais de José, pois no mundo inteiro havia uma grande falta de alimentos.
 
JOSÉ REENCONTRA SEUS IRMÃOS
 
Quando Jacó soube que havia mantimentos no Egito, disse aos filhos: “Por que vocês estão aí de braços cruzados? Ouvi dizer que no Egito há mantimentos. Vão até lá e comprem cereais para não morrermos de fome.”
Então os dez irmãos de José por parte de pai foram até o Egito para comprar mantimentos. Mas Jacó não deixou que Benjamim, o irmão de José por parte de pai e de mãe, fosse com eles; ele tinha medo de que lhe acontecesse alguma desgraça.
Os filhos de Jacó foram comprar mantimentos junto com outras pessoas, pois em todo o país de Canaã havia fome.

Como governador do Egito, era José quem vendia cereais às pessoas que vinham de outras terras. Quando os irmãos de José chegaram, eles se ajoelharam na frente dele e encostaram o rosto no chão.
Logo que José viu os seus irmãos, ele os reconheceu, mas fez de conta que não os conhecia. E lhes perguntou com voz dura de onde eles vinham. “Da terra de Canaã”, responderam eles. “Queremos comprar mantimentos.”
José reconheceu os seus irmãos, mas eles não o reconheceram.

Então José se lembrou dos sonhos que tinha tido a respeito deles quando ainda era um jovenzinho e disse: “Vocês são espiões que vieram para ver os pontos fracos do nosso país”. Mas eles responderam: “De modo nenhum, senhor. Nós, os seus criados, viemos para comprar mantimentos. Somos filhos de um mesmo pai. Nós não somos espiões, senhor! Somos gente honesta.”
“Não acredito” disse José. “Vocês vieram para ver os pontos fracos do Egito.”
Então os irmãos responderam: “Nós moramos em Canaã. Somos ao todo doze irmãos, filhos do mesmo pai. Mas um irmão desapareceu e o mais novo está neste momento com o nosso pai.”

Certamente José estava aflito por dentro, diante daqueles que foram maldosos com ele, que o privaram de crescer ao lado da família, do pai que tanto lhe amava. Mas ainda não era momento de José se revelar e contar toda a verdade.
José insistia dizendo que eles eram espiões. E ainda disse: “O jeito de provar que vocês estão dizendo a verdade é este: enquanto o irmão mais moço de vocês não vier para cá, vocês não sairão daqui. Isso eu juro pela vida do rei! Um de vocês irá buscá-lo, mas os outros ficarão presos até que fique provado se estão ou não dizendo a verdade. Se não estão, é que vocês são espiões. Juro pela vida do rei!”

E pôs seus irmãos na cadeia por três dias. No terceiro dia José disse a eles: “Eu sou uma pessoa que teme a Deus. Vou deixar que vocês fiquem vivos, mas com uma condição. Se, de fato, são pessoas honestas, que um de vocês fique aqui na cadeia, e que os outros voltem para casa, levando mantimentos para matar a fome das suas famílias. Depois tragam aqui o seu irmão mais moço. Isso provará se vocês estão ou não dizendo a verdade; e, se estiverem, não serão mortos.”  

Eles então concordaram e com um grande peso na consciência disseram uns aos outros: “De fato, nós agora estamos sofrendo por causa daquilo que fizemos com o nosso irmão. Nós vimos a sua aflição quando pedia que tivéssemos pena dele, porém não nos importamos. Por isso agora é a nossa vez de ficarmos aflitos.”
Rúben, o irmão mais velho então lembrou quando disse para não maltratarem o rapaz, mas os irmãos não quiseram ouvir. Por isso que agora estavam pagando pela morte dele.

Eles não sabiam que José estava entendendo o que diziam, pois ele tinha estado falando com eles por meio de um intérprete.
José saiu de perto deles e começou a chorar. Quando pôde falar outra vez, voltou, separou Simeão e mandou que fosse amarrado na presença deles.

José mandou que os empregados enchessem de mantimentos os sacos que os irmãos haviam trazido e que devolvessem o dinheiro de cada um, colocando-o nos sacos de mantimentos. E também que lhes dessem comida para a viagem. E assim foi feito. José podia querer se vingar dos irmãos, mas não o fez, pelo contrário abasteceu eles de alimentos.

Os irmãos de José carregaram os jumentos com os mantimentos que haviam comprado e foram embora.
Quando chegaram ao lugar onde iam passar a noite, um deles abriu um saco para dar comida ao seu animal e viu que o seu dinheiro estava ali na boca do saco de mantimentos.

Ele disse aos irmãos: “Vejam só! O meu dinheiro está aqui no meu saco de mantimentos! Eles devolveram!” Todos ficaram muito assustados e, tremendo de medo, perguntavam uns aos outros o que seria isso que Deus estava fazendo com eles.

Quando chegaram a Canaã, contaram a Jacó, o seu pai, tudo o que havia acontecido com eles. E disseram: “Aquele homem, o governador do Egito, tratou a gente com brutalidade e nos acusou de termos ido ao seu país como espiões. Nós respondemos: Somos homens honestos; não somos espiões. Somos ao todo doze irmãos, filhos do mesmo pai. Mas um dos nossos irmãos desapareceu, e o mais novo está neste momento com o nosso pai em Canaã.”

O governador respondeu: “Eu tenho um jeito de descobrir se vocês são homens honestos. Um de vocês ficará aqui comigo, e os outros vão voltar, levando um pouco de mantimento para as suas famílias, que estão passando fome. Mas tragam aqui para mim o seu irmão mais novo. Assim, eu ficarei sabendo que vocês não são espiões, mas homens honestos. Aí entregarei o irmão de vocês, e vocês poderão ficar aqui negociando.”

Aconteceu que, quando despejaram os mantimentos, cada um achou na boca do saco um saquinho com o seu dinheiro. Quando eles e o seu pai viram o dinheiro, ficaram com medo.

Então Jacó ficou perturbado e disse: “Vocês querem que eu perca todos os meus filhos? José não está com a gente, e Simeão também não está. Agora vocês querem levar Benjamim, e quem sofre com tudo isso sou eu!”
Aí Rúben, tentando confortar ao pai disse para deixar que levassem Benjamim, que ele tomaria conta e o traria de volta. Se não trouxesse, Jacó podia matar os seus dois filhos.

Mas Jacó estava resistente, e disse: “O meu filho não vai com vocês. José, o irmão dele, está morto, e só ficou Benjamim. Alguma coisa poderia acontecer com ele na viagem que vão fazer, e assim vocês matariam de tristeza este velho.”
 
ESTRATÉGIA DE JOSÉ PARA REVELAR-SE AOS IRMÃOS
 
A fome continuava muito grande em Canaã.
Quando as famílias de Jacó e dos seus filhos comeram todo o mantimento que tinha sido trazido do Egito, Jacó finalmente disse aos filhos: “Voltem ao Egito e comprem mais um pouco de alimento para nós.”

 Mas Judá lembrou: “Aquele homem deixou bem claro que, se o nosso irmão não fosse junto com a gente, ele não nos receberia. Se o senhor deixar que ele vá, nós iremos comprar mantimentos para o senhor. Se o senhor não deixar, não iremos. Aquele homem disse assim: Eu só os receberei se vocês trouxerem o seu irmão mais novo.”

Jacó disse: “Por que vocês fizeram cair tamanha desgraça sobre mim? Por que foram dizer ao tal homem que tinham outro irmão?”
Então eles responderam: “Aquele homem fez muitas perguntas a respeito de nós e da nossa família. Ele perguntou: O pai de vocês ainda está vivo? Vocês têm mais um irmão? Nós tivemos de responder às perguntas dele. Por acaso podíamos adivinhar que ele ia pedir que levássemos Benjamim?”

Aí Judá disse ao pai: “Deixe o rapaz por minha conta. Nós partiremos agora mesmo, e assim ninguém morrerá: nem nós, nem o senhor, nem os nossos filhinhos. Eu fico responsável por Benjamim. Se eu não o trouxer de volta são e salvo, o senhor poderá pôr a culpa em mim. Serei culpado diante do senhor pelo resto da minha vida. Se não tivéssemos demorado tanto, já teríamos ido e voltado duas vezes.”

Então disse Jacó: “Já que não existe outro jeito, façam o seguinte: ponham nos sacos alguns presentes para aquele homem. Levem os melhores produtos desta terra: um pouco de bálsamo, um pouco de mel, especiarias, nozes e amêndoas. Levem também o dinheiro em dobro, pois vocês precisam devolver a quantia que foi encontrada na boca dos sacos de mantimentos que vocês trouxeram. Deve ter havido algum engano. Levem o irmão de vocês e vão depressa encontrar-se outra vez com aquele homem. Que o Deus Todo-Poderoso faça com que ele tenha pena de vocês e deixe que o seu outro irmão e Benjamim voltem para casa. Quanto a mim, se tenho de perder os meus filhos, o que é que eu posso fazer?”

Assim, os filhos de Jacó pegaram os presentes e o dinheiro em dobro e foram para o Egito, levando Benjamim. Logo que chegaram, foram falar com José.
Quando José viu que Benjamim estava com eles, disse ao funcionário administrador da sua casa para levar aqueles homens até a sua casa, matar um animal e preparar tudo, pois eles iriam almoçar com ele ao meio-dia.
O administrador cumpriu a ordem e levou os irmãos até a casa de José.

Quando chegaram lá, eles ficaram com medo e disseram uns aos outros: “Trouxeram a gente para cá por causa do dinheiro que da outra vez foi colocado de volta nos sacos de mantimentos. Com certeza eles vão nos atacar, vão tomar de nós os nossos jumentos e obrigar a gente a trabalhar como escravos.”
Assim que chegaram à porta da casa, disseram ao administrador: “Por favor, senhor! Já viemos aqui uma vez para comprar mantimentos. Porém, quando chegamos ao lugar onde íamos passar a noite, abrimos os sacos de mantimentos, e na boca dos sacos cada um encontrou o seu dinheiro, sem faltar nada. Trouxemos esse dinheiro de volta e também temos mais dinheiro aqui para comprar mantimentos. Nós não sabemos quem colocou o dinheiro nos sacos de mantimentos.”

Aí o administrador respondeu: “Fiquem tranquilos, não tenham medo. O Deus de vocês e do seu pai deve ter posto o dinheiro nos sacos de mantimentos para vocês, pois eu recebi o dinheiro que pagaram.” Então o administrador trouxe Simeão ao lugar onde eles estavam.
Depois os levou para dentro da casa, deu água para lavarem os pés e também deu de comer aos jumentos.
Os irmãos prepararam os presentes que iam entregar a José quando ele viesse ao meio-dia, pois já sabiam que iam almoçar ali.
Quando José chegou à sua casa, eles lhe entregaram os presentes que haviam trazido, se ajoelharam na frente dele e encostaram o rosto no chão.

José perguntou como iam passando e depois disse: “E como vai o pai de vocês, aquele velho de quem me falaram? Ele ainda vive?”
Eles responderam: “O seu humilde criado, o nosso pai, ainda está vivo e vai passando bem.”
José olhou em volta e, quando viu Benjamim, o seu irmão por parte de pai e mãe, disse: “É esse o irmão mais moço de vocês, de quem me falaram? Que Deus o abençoe, meu filho!”

Ao ver o seu irmão, José ficou tão emocionado, que teve vontade de chorar. Então foi para o seu quarto e ali chorou. Quando conseguiu se controlar, lavou o rosto, saiu e pediu para que servissem o almoço.
Serviram o almoço a José numa mesa e aos seus irmãos em outra. E havia ainda outra mesa para os egípcios que estavam ali, pois estes, por motivos religiosos, eram proibidos de comer junto com os israelitas.

Os irmãos se sentaram de frente para José. Eles foram colocados por ordem de idade, desde o mais velho até o mais moço. Quando viram isso, eles começaram a olhar uns para os outros, muito admirados.
Serviram a eles da mesma comida que foi servida a José e deram a Benjamim cinco vezes mais comida do que aos outros. E eles beberam com José até ficarem alegres.

 Depois disso José deu ao administrador da sua casa a seguinte ordem: “Encha de mantimento os sacos que esses homens trouxeram, o quanto puderem carregar, e ponha na boca dos sacos o dinheiro de cada um. E, na boca do saco de mantimentos que pertence ao irmão mais moço, ponha o meu copo de prata, junto com o dinheiro que ele pagou pelo seu mantimento.” O administrador fez tudo como José havia mandado.

De manhã bem cedo os irmãos de José saíram de viagem, com os seus jumentos. Estavam alegres e contentes, pois conseguiram cumprir sua missão: comprar mais mantimentos, resgatar Simeão e voltar com Benjamim, são e salvo para o pai.

Quando eles já tinham saído da cidade, mas ainda não estavam longe, José disse ao seu administrador: “Vá depressa atrás daqueles homens e, quando os alcançar, diga o seguinte: Por que vocês pagaram o bem com o mal? Por que roubaram o copo de prata do meu patrão? Ele usa esse copo para beber e para adivinhar as coisas. Vocês cometeram um crime.”

Quando o administrador os alcançou e disse o que José havia ordenado, eles responderam: “Por que o senhor está falando desse jeito? Nós não seríamos capazes de fazer uma coisa dessas! Nós lhe trouxemos de volta do país de Canaã o dinheiro que encontramos na boca dos sacos de mantimentos de cada um de nós. Então por que iríamos roubar prata ou ouro da casa do seu patrão? Se o senhor encontrar o copo com algum de nós, ele será morto, e nós ficaremos seus escravos.”

Mal sabiam eles da estratégia de José e que justamente no saco de Benjamim seria encontrado o copo de prata.
O administrador disse: “Concordo com vocês, mas só aquele com quem estiver o copo é que será meu escravo; os outros poderão ir embora.”
Então eles puseram depressa os sacos de mantimentos no chão, e cada um abriu o seu.
O administrador de José procurou em cada saco de mantimentos, começando pelo do mais velho até o do mais moço. Como previsto o copo foi encontrado na boca do saco de mantimentos de Benjamim.

Então os irmãos rasgaram as suas roupas em sinal de tristeza, colocaram de novo as cargas em cima dos jumentos e voltaram todos para a cidade.

Quando Judá e os seus irmãos chegaram à casa de José, ele ainda estava ali. Eles se ajoelharam na frente dele e encostaram o rosto no chão.
Aí José perguntou: “Por que foi que vocês fizeram isso? Vocês não sabiam que um homem como eu é capaz de adivinhar as coisas?”
Então Judá respondeu: “Senhor, o que podemos falar ou responder? Como podemos provar que somos inocentes? Deus descobriu o nosso pecado. Aqui estamos e somos todos seus escravos, nós e aquele com quem estava o copo.”

José disse: “De jeito nenhum! Eu nunca faria uma coisa dessas! Só aquele que estava com o meu copo é que será meu escravo. Os outros podem voltar em paz para a casa do pai.”
 
JOSÉ SE REVELA AOS IRMÃOS
 
Então Judá chegou perto de José e falou: “Senhor, me dê licença para lhe falar com franqueza. Não fique aborrecido comigo, pois o senhor é como se fosse o próprio rei. O senhor perguntou: Vocês têm pai ou outro irmão? Nós respondemos assim: Temos pai, já velho, e um irmão mais moço, que nasceu quando o nosso pai já estava velho. O irmão do rapazinho morreu. Agora ele é o único filho da sua mãe que está vivo, e o seu pai o ama muito.”

“Aí o senhor nos disse para trazer o rapazinho porque desejava vê-lo. Nós respondemos que ele não podia deixar o seu pai, pois, se deixasse, o seu pai morreria. Mas o senhor disse que, se ele não viesse, o senhor não nos receberia. Quando chegamos à nossa casa, contamos ao nosso pai tudo o que o senhor tinha dito.”

“Depois ele nos mandou voltar para comprarmos mais mantimentos. Nós respondemos que não podíamos ir, não seríamos recebidos pelo senhor se o nosso irmão mais moço não viesse com a gente. Nós respondemos que só íamos se o nosso irmão mais moço fosse junto.”

Então o nosso pai disse: “Vocês sabem que a minha mulher Raquel me deu dois filhos. Um deles já me deixou; eu nunca mais o vi. Deve ter sido despedaçado por animais selvagens. E, se agora vocês me tirarem este também, e alguma desgraça acontecer com ele, vocês matarão de tristeza este velho.”

“Agora, senhor” continuou Judá “se eu voltar para casa sem o rapaz, logo que o meu pai perceber isso, vai morrer. A vida dele está ligada com a vida do rapaz, e nós seríamos culpados de matar de tristeza o nosso pai, que está velho. E tem mais: eu garanti ao meu pai que seria responsável pelo rapaz. Eu disse assim: Se eu não lhe trouxer o rapaz de volta, serei culpado diante do senhor pelo resto da minha vida.”

“Por isso agora eu peço ao senhor que me deixe ficar aqui como seu escravo em lugar do rapaz. E permita que ele volte com os seus irmãos. Como posso voltar para casa se o rapaz não for comigo? Eu não quero ver essa desgraça cair sobre o meu pai.”
José não conseguiu mais controlar a sua emoção diante dos seus empregados, de modo que gritou: “Saiam todos daqui!” Por isso nenhum dos empregados estava ali quando José contou aos irmãos quem ele era.

Ele começou a chorar tão alto, que os egípcios ouviram, e a notícia chegou até o palácio do rei.
 José finalmente disse aos irmãos: “Eu sou José. O meu pai ainda está vivo?” Quando os irmãos ouviram isso, ficaram tão assustados, que não puderam responder nada.

E José disse: “Cheguem mais perto de mim, por favor. Eles chegaram, e ele continuou: “Eu sou o seu irmão José, aquele que vocês venderam a fim de ser trazido para o Egito. Agora não fiquem tristes nem aborrecidos com vocês mesmos por terem me vendido a fim de ser trazido para cá. Foi para salvar vidas que Deus me enviou na frente de vocês.”

José perdoou seus irmãos, apesar de todo seu sofrimento ele compreendeu que tudo foi necessário para que as coisas chegassem até aquele ponto. José tinha convicção de que tudo aquilo que aconteceu foi plano de Deus. Ele sabia que era um instrumento de Deus para dar libertação as nações. Também percebeu a mudança no coração dos irmãos, o arrependimento que tinham por causa do passado de inveja e ciúme, que os levaram a vender José e inventar aquela mentira sobre seu sumiço para o pai.

José ainda continuou e disse: “Já houve dois anos de fome no mundo, e ainda haverá mais cinco anos em que ninguém vai preparar a terra, nem colher. Deus me enviou na frente de vocês a fim de que ele, de um modo maravilhoso, salvasse a vida de vocês aqui neste país e garantisse que teriam descendentes.”

“Portanto, não foram vocês que me mandaram para cá, mas foi Deus. Ele me pôs como o mais alto ministro do rei. Eu tomo conta do palácio dele e sou o governador de todo o Egito.”

“Agora voltem depressa para casa e digam ao meu pai que o seu filho José manda lhe dizer o seguinte: Deus me fez governador de todo o Egito. Venha me ver logo; não demore. O senhor morará na região de Gosém e assim ficará perto de mim, o senhor, os seus filhos, os seus netos, as suas ovelhas, as suas cabras, o seu gado e tudo o que é seu.”

“A fome ainda vai durar mais cinco anos, e em Gosém eu darei mantimentos ao senhor, à sua família e aos seus animais. Assim não lhes faltará nada.”

José continuou: “Todos vocês e Benjamim, o meu irmão, podem ver que sou eu mesmo, José, quem está falando. Contem ao meu pai como sou poderoso aqui no Egito, contem tudo o que têm visto. Vão depressa e tragam o meu pai para cá.”
José abraçou o seu irmão Benjamim e começou a chorar. E, abraçado com José, Benjamim também chorou. Então, ainda chorando, José abraçou e beijou cada um dos seus irmãos. Depois disso os irmãos começaram a falar com ele.
A notícia de que os irmãos de José tinham vindo chegou até o palácio do rei do Egito, e ele e os seus servidores ficaram contentes com isso.

O rei disse a José: “Diga aos seus irmãos que carreguem os animais e voltem para a terra de Canaã. E me tragam o pai deles e as famílias deles. Eu lhes darei as melhores terras que há no Egito, e eles comerão o que este país produz de melhor. Que os seus irmãos levem daqui do Egito carretas para trazerem as mulheres, as crianças pequenas e também o pai deles. E não se preocupem por deixarem para trás as coisas que têm, pois o melhor que há na terra do Egito será deles.”

Os filhos de Jacó fizeram isso. José lhes deu carretas, como o rei havia mandado, e mantimento para a viagem. Também lhes deu roupas novas, mas a Benjamim deu trezentas barras de prata e cinco mudas de roupas.

Para o pai, José mandou dez jumentos carregados das melhores coisas do Egito e dez jumentos carregados de trigo, pão e outros mantimentos para a viagem.

Os irmãos se despediram, e na hora de partir José aconselhou para que eles não brigassem pelo caminho.

Eles saíram do Egito e, quando chegaram a Canaã, foram à casa de Jacó, o seu pai. Então para grande surpresa do velho Jacó disseram: “José está vivo! Ele é o governador de todo o Egito!” Jacó quase desmaiou e não podia acreditar.

Porém, quando lhe contaram tudo o que José tinha dito, e quando viu as carretas que havia mandado para levá-lo para o Egito, Jacó ficou muito animado e disse: “Já chega! O meu filho José ainda está vivo. Quero vê-lo antes de eu morrer.”
Jacó partiu com tudo o que tinha e foi até Berseba, onde ofereceu sacrifícios ao Deus de Isaque, o seu pai. Naquela noite Deus falou com ele numa visão e o chamou assim: “Jacó, Jacó!” “Eu estou aqui”, respondeu ele.

Deus disse: “Eu sou Deus, o Deus do seu pai. Não tenha medo de ir para o Egito, pois ali eu farei com que os seus descendentes se tornem uma grande nação. Eu irei para o Egito com você e trarei os seus descendentes de volta para esta terra. E, quando você morrer, José estará ao seu lado.”

Então Jacó partiu de Berseba. Nas carretas que o rei do Egito havia mandado, os filhos de Jacó levaram o pai, as esposas deles e os seus filhos pequenos.

Jacó e todos os seus foram para o Egito, levando o seu gado e todas as coisas que haviam conseguido em Canaã.
Jacó levou consigo todos os seus descendentes, isto é, filhos e filhas, netos e netas. Ao todo foram para o Egito sessenta e seis descendentes diretos de Jacó, sem contar as mulheres dos seus filhos. Como os dois filhos de José nasceram no Egito, foi de setenta o total de pessoas da família de Jacó que foram para o Egito.
 
O REENCONTRO DE JACÓ E JOSÉ
 
Jacó mandou que Judá fosse na frente para pedir a José que viesse encontrá-los em Gosém. Quando eles chegaram, José mandou aprontar o seu carro e foi para Gosém a fim de se encontrar com o pai.

Quando se encontraram... Imaginem a situação, um pai que acha que perdeu seu filho, tragicamente devorado por animais ferozes e de repente, recebe a notícia que ele está vivo, e mais, está bem, e mais, é o governador do Egito. Certamente que ele fosse apenas um simples empregado, para o pai não importava, era o seu filho, o seu amado filho José, que após tantos anos puderam se reencontrar. José abraçou seu pai e chorou abraçado com ele por muito tempo.

Então Jacó disse: “Já posso morrer, agora que já vi você e sei que está vivo!”
Depois José disse aos irmãos e à família do pai: “Eu vou falar com o rei do Egito e vou lhe dar a notícia de que os meus irmãos e os parentes do meu pai, que moravam em Canaã, vieram para ficar comigo.”

“Vou dizer ao rei que vocês são criadores de ovelhas e cabras e cuidam de gado. Direi que trouxeram as suas ovelhas, o gado e tudo o que têm. Quando o rei lhes perguntar qual é a profissão de vocês, digam que a vida inteira vocês têm sido criadores de ovelhas, como foram os seus antepassados. Assim, vocês poderão ficar morando na região de Gosém, pois os egípcios detestam os pastores de ovelhas.”

Então José foi dar a notícia ao rei. Ele disse: “O meu pai e os meus irmãos vieram da terra de Canaã e estão na região de Gosém com as suas ovelhas e cabras, o seu gado e tudo o que têm.”
Depois levou cinco dos seus irmãos e os apresentou ao rei.

O rei perguntou: “Qual é o trabalho de vocês?” Eles responderam: “Senhor, nós somos criadores de ovelhas, como foram os nossos antepassados. Viemos morar neste país porque na terra de Canaã não há pastos para os animais, e a fome lá está terrível. Por favor, deixe que a gente fique morando na região de Gosém.”

O rei disse a José: “Agora que o seu pai e os seus irmãos vieram ficar com você,  a terra do Egito está às ordens deles. Dê a eles a região de Gosém, que é a melhor do país, para que fiquem morando lá. E, se na sua opinião houver entre eles homens capazes, ponha-os como chefes dos que cuidam do meu gado.”

Depois José levou Jacó, o seu pai, e o apresentou ao rei. Jacó deu a sua bênção ao rei, e este lhe perguntou: Qual era a sua idade.
Jacó respondeu: “Já estou com cento e trinta anos de idade e sempre tenho andado de um lado para outro. A minha vida tem passado rapidamente, e muitos anos foram difíceis. E eu não tenho conseguido viver tanto quanto os meus antepassados, que tiveram uma vida tão dura como a que eu tive.”

Jacó deu a sua bênção ao rei e foi embora.
E José deu ao pai e aos irmãos terras na melhor região do Egito, perto da cidade de Ramessés, como o rei havia ordenado. Essas terras se tornaram propriedade deles, e eles ficaram morando ali.
José dava mantimentos ao pai, aos irmãos e aos parentes, conforme as necessidades de cada família.
 
JOSÉ COMPRA TERRAS PARA O REI
 
Não havia alimento em lugar nenhum, e a fome aumentava cada vez mais. Os moradores do Egito e de Canaã ficaram fracos de tanto passar fome. O povo comprava mantimentos, e José ajuntava todo o dinheiro e o levava para o palácio.
Quando acabou todo o dinheiro do Egito e de Canaã, os egípcios foram falar com José. Eles disseram: “Por favor, nos dê comida! Não nos deixe morrer só porque o nosso dinheiro acabou!”

José respondeu: “Se vocês não têm mais dinheiro, tragam o seu gado, que eu trocarei por mantimento.”
Os egípcios levaram a José cavalos, ovelhas, cabras, bois e jumentos, e em troca ele lhes deu mantimento durante todo aquele ano.
O ano passou, e no ano seguinte foram dizer a José:

“Senhor, não podemos esconder o fato de que o nosso dinheiro acabou e que os nossos animais agora são seus. Não temos mais nada para entregar a não ser os nossos corpos e as nossas terras. Não deixe a gente morrer. Compre a nós e as nossas terras em troca de alimentos. Seremos escravos do rei, e ele será dono das nossas terras. Dê-nos mantimento para que possamos viver e também sementes para plantarmos, e assim a terra não se tornará um deserto.”

Então José comprou todas as terras do Egito para o rei. Todos os egípcios tiveram de vender as suas terras, pois a fome era terrível. Assim, a terra ficou sendo do rei, e José fez dos egípcios escravos no país inteiro.
José só não comprou as terras dos sacerdotes. Eles não tiveram de vendê-las, pois o rei lhes dava certa quantidade de alimentos; e assim eles tinham o que comer.

Então José disse ao povo: “Agora vocês e as suas terras são do rei, pois eu os comprei para ele. Peguem aqui sementes para semearem nos campos. Do que colherem, deem a quinta parte ao rei, ou seja, 20% da produção; usem as outras quatro partes para semear e para alimentar vocês, os seus filhos e as pessoas que moram com vocês.”

Eles responderam: “O senhor salvou a nossa vida e tem sido bom para nós. Seremos escravos do rei.”
Assim, José fez uma lei que existe até hoje. A lei é a seguinte: em todo o Egito a quinta parte das colheitas pertence ao rei. Só as terras dos sacerdotes não ficaram para o rei.

Os israelitas ficaram vivendo no Egito, na região de Gosém, onde compraram terras e tiveram muitos filhos.
 
A MORTE DE JACÓ
 
Jacó viveu dezessete anos no Egito, chegando à idade de cento e quarenta e sete anos.
Quando sentiu que ia morrer, Jacó mandou chamar o seu filho José e disse: “Se lhe posso pedir um favor, ponha a mão por baixo da minha coxa e jure que será fiel e honesto comigo nisto que vou pedir: não me sepulte no Egito. Quando eu morrer, tire o meu corpo do Egito e me coloque na sepultura dos meus antepassados, a fim de que eu descanse com eles.”
 José respondeu: “Eu farei o que o senhor está pedindo.” “Então jure”, disse Jacó. José jurou, e aí Jacó se inclinou sobre a cabeceira da cama e orou.

Algum tempo depois disseram a José que o seu pai estava doente. Então José foi visitá-lo, levando consigo os seus dois filhos, Efraim e Manassés.
Alguém foi dizer a Jacó: “O seu filho José veio visitá-lo.” Jacó fez um esforço e se sentou na cama.
 Aí disse a José: “O Deus Todo-Poderoso me apareceu na cidade de Luz, lá na terra de Canaã, e me abençoou. Ele me disse: Eu farei com que você tenha muitos filhos, e os seus descendentes formarão muitas nações. Eu darei esta terra aos seus descendentes para ser propriedade deles para sempre.”

E Jacó continuou dizendo a José: “Agora, os seus filhos Efraim e Manassés, que nasceram aqui no Egito antes de eu vir para cá, esses dois me pertencem. Efraim e Manassés são meus tanto como Rúben e Simeão.”
“Se você tiver outros filhos, eles serão seus e, por serem irmãos de Efraim e de Manassés, terão parte na herança deles. Estou fazendo isso por causa de Raquel, a sua mãe. Nós estávamos voltando da Mesopotâmia, quando, para minha infelicidade, ela morreu no país de Canaã, pouco antes de chegarmos a Efrata. Eu a sepultei ali, na beira do caminho (Efrata é agora conhecida como Belém).”
Quando Jacó viu os filhos de José, perguntou: “E esses, quem são?”

“São os filhos que Deus me deu aqui no Egito” respondeu José. Jacó disse: “Ponha-os perto de mim para que eu lhes dê a minha bênção.”

Por causa da velhice a vista de Jacó estava fraca, e ele não podia ver bem. José levou os rapazes para perto dele, e ele os abraçou e beijou.
Jacó disse a José: “Eu pensei que nunca mais ia ver você, e agora Deus me deixou ver até os seus filhos.”
Então José tirou os dois do colo do seu pai, ajoelhou-se e encostou o rosto no chão. Em seguida pegou Efraim com a mão direita e Manassés com a mão esquerda e fez com que ficassem perto de Jacó. Dessa maneira Efraim ficou do lado esquerdo de Jacó, e Manassés, do seu lado direito.

Jacó estendeu os braços e cruzou-os, pondo a mão direita sobre a cabeça de Efraim, embora fosse o mais moço, e a mão esquerda sobre a cabeça de Manassés, que era o mais velho.

Em seguida deu a sua bênção a José, dizendo assim: “Ó Deus, a quem os meus pais Abraão e Isaque serviram, abençoa estes rapazes. Abençoa-os, ó Deus, tu que me tens guiado como um pastor durante toda a minha vida até hoje. Que os abençoe o Anjo que me tem livrado de todo mal! Que o meu nome seja lembrado por meio deles e também o nome dos meus pais Abraão e Isaque! Que eles tenham muitos filhos e muitos descendentes neste mundo!”

No entanto, José não gostou quando viu o seu pai colocar a mão direita sobre a cabeça de Efraim; por isso pegou a mão dele para tirá-la da cabeça de Efraim e colocá-la sobre a de Manassés.

E explicou: “Não, pai; assim não. Este aqui é o filho mais velho; ponha a mão direita sobre a cabeça dele.”
Mas Jacó não quis e disse: “Eu sei, filho, eu sei. Os descendentes de Manassés também serão um grande povo. Mas o irmão mais moço será mais importante do que ele, e os seus descendentes formarão muitas nações.”

Desse modo Jacó os abençoou naquele dia, dizendo: “Os israelitas usarão os nomes de vocês para dar a bênção. Eles vão dizer assim: ‘Que Deus faça com você como fez com Efraim e com Manassés.’” Dessa maneira Jacó pôs Efraim antes de Manassés.
Aí disse a José: “Como você está vendo, eu vou morrer. Mas Deus estará com vocês e os levará de volta para a terra dos seus antepassados. Eu dou Siquém a você e não aos seus irmãos. Siquém é aquela região que tomei dos amorreus, lutando com a minha espada e o meu arco.”

Jacó chamou os seus filhos e disse: “Fiquem em volta de mim, e eu lhes direi o que vai acontecer com vocês no futuro.”
“Fiquem reunidos em volta de mim para ouvir, filhos de Jacó; escutem o que diz Israel, o seu pai.”
E então Jacó proferiu benções sobre seus doze filhos: Rúben, Simeão, Levi, Judá, Zebulom, Issacar, Dã, Gade, Aser, Naftali, José e Benjamim.

Então Jacó deu aos filhos a seguinte ordem: “Eu estou para morrer e me reunir com o meu povo no mundo dos mortos. Sepultem-me onde estão sepultados os meus antepassados, na caverna que fica nas terras de Efrom, o heteu, em Macpela, a leste de Manre, no país de Canaã. Abraão comprou de Efrom essa caverna e o terreno onde ela fica para ser a sepultura da família. Ali estão sepultados Abraão e Sara, a sua mulher; Isaque e a sua mulher Rebeca; e ali eu sepultei Léia. O terreno e a caverna foram comprados dos heteus.”

Quando acabou de dar essa ordem aos filhos, Jacó deitou-se de novo na cama e morreu, indo reunir-se assim com o seu povo no mundo dos mortos.

José se atirou sobre o pai, chorando e beijando o seu rosto. Ele deu ordem aos médicos que estavam ao seu serviço para embalsamarem o corpo do seu pai, e assim eles fizeram.

Gastaram quarenta dias para fazer isso, o tempo normal para embalsamar um corpo. E os egípcios ficaram de luto setenta dias.
Quando passou o tempo do luto, José falou com os altos funcionários do palácio do rei do Egito para que levassem ao rei a seguinte mensagem:

 “Quando o meu pai estava para morrer, ele me fez jurar que eu o sepultaria no túmulo que ele mesmo preparou no país de Canaã. Por favor, deixe-me ir sepultar o meu pai, que depois eu voltarei.”

O rei então respondeu que autorizava José para que fosse e sepultasse o seu pai, como fez jurar que faria.
E assim José foi sepultar o seu pai Jacó. Com ele foram as autoridades ligadas ao rei, os altos funcionários do palácio e todos os líderes do Egito.

Foram também as famílias de José, dos seus irmãos e de Jacó. Deixaram na terra de Gosém somente as crianças pequenas, as ovelhas, as cabras e o gado.
Também foram homens a cavalo e em carretas, de modo que o grupo era muito grande.
Quando chegaram a Atade, que fica a leste do rio Jordão, fizeram uma cerimônia de sepultamento num terreiro onde o trigo é malhado. Ali choraram muito alto durante sete dias.

Quando os moradores de Canaã viram tanta gente chorando, disseram: “Como é impressionante o choro desses egípcios!” Por isso puseram naquele lugar o nome de Abel-Misraim.

Assim, os filhos de Jacó fizeram com o seu pai tudo o que ele havia ordenado.
Eles levaram o seu corpo até Canaã e o sepultaram na caverna de Macpela, a leste de Manre, no terreno que Abraão havia comprado de Efrom, o heteu, para ser a sepultura da família.
 
FINAL DA HITÓRIA DE JOSÉ
 
Depois do sepultamento, José voltou para o Egito com os irmãos e com todos os que o haviam acompanhado.
 Depois da morte do pai, os irmãos de José disseram: “Talvez José tenha ódio de nós e vá se vingar de todo o mal que lhe fizemos.”
Então mandaram dizer a José: “Antes que o seu pai morresse, ele mandou que pedíssemos a você o seguinte: “Por favor, perdoe a maldade e o pecado dos seus irmãos, que o maltrataram.” Portanto, pedimos que perdoe a nossa maldade, pois somos servos do Deus do seu pai”. Quando recebeu essa mensagem, José chorou.

Depois os próprios irmãos vieram, se curvaram diante dele e disseram: “Aqui estamos; somos seus criados.”
Mas José respondeu: “Não tenham medo; eu não posso me colocar no lugar de Deus. É verdade que vocês planejaram aquela maldade contra mim, mas Deus mudou o mal em bem para fazer o que hoje estamos vendo, isto é, salvar a vida de muita gente.  Não tenham medo. Eu cuidarei de vocês e dos seus filhos.” Assim, ele os acalmou com palavras carinhosas, que tocaram o coração deles.
José ficou morando no Egito, ele e a família do seu pai. José viveu cento e dez anos e chegou a ver os netos de Efraim. Ele também pegou no colo, como membros da família, os filhos do seu neto Maquir, que era filho de Manassés.

Certo dia José disse aos irmãos: “Eu vou morrer logo, mas estou certo de que Deus virá ajudá-los e os levará deste país para a terra que ele jurou dar a Abraão, a Isaque e a Jacó.”
Então José pediu à sua gente que fizesse um juramento. Ele disse: “Estou certo de que Deus virá ajudar vocês. Quando isso acontecer, levem o meu corpo com vocês.”

José morreu com cento e dez anos. O seu corpo foi embalsamado e posto num caixão, no Egito.
O povo de Israel viveu no Egito por muitos anos, morreu toda aquela geração e outros reis governaram o país.
Chegou um tempo que o povo de Israel se tornou numeroso e começaram a serem oprimidos pelos egípcios. Então precisou o Senhor Deus levantar um libertador, mais isso é outra história...

Carlinhos Edwiges
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